terça-feira, 10 de agosto de 2010

Benvenutti in questa casa! (Dia dos Pais - Festa Italiana!)

Para celebrar o Dia dos Pais, reunimos toda a familia em casa no último domingo em torno de uma mesa "verde, branca e vermelha", repleta de deliciosos antepastos, aperitivos, vinho e pães italianos crocantes e fresquinhos!








Para o almoço em si, tivemos:

- salada de rúcula com lascas de morangos frescos acompanhados de triângulos de queijo brie empanadinhos na farinha de castanha de cajú (uma adaptação simples da receita deliciosa sugerida pela Pê e pela Letícia do blog Memórias Gastronômicas - http://memoriasgastronomicas.com.br/);



- o tradicional cuscuz de atum e palmito preparado pela mamãe;


- filé mignon temperado e assado por mim, com meu segredinho básico, e um delicioso molho de cogumelhos;


e, como não podia faltar...

- uma bela massa: tortelloni de catupiry com molho rosé feito a seis mãos: minhas, do vovô e da mamãe!


De sobremesa, além de uma torta de maçã que encomendamos numa doceira (a qual não fez muito sucesso...), eu e vovô Roberto preparamos, na véspera, uma cassarola italiana, receita antiga, tradicional, que meu avô disse ser o doce preferido das lembranças da infância dele em Mocóca... eu também guardo comigo as inúmeras vezes que me lambuzei com a farta calda das cassarolas italianas que ele e a vovó preparavam para o almoço de domingo até alguns anos atrás... (a calda meio queimadinha advinda do fundo da forma, foi obra do "Biso", que não percebeu que a forma era escura e foi deixando o açucar passar um pouquinho! Mas nada que tenha prejudicado tanto assim o sabor do doce, tanto que não sobrou quase nada para contar a estória do já-te-vi!). Uma delícia!


E para completar, como não podia deixar de ter... Brigadeiros com o mais puro chocolate belga em forminhas com as cores da nossa querida Itália!




Enfim, foi um almoço e tanto, com a casa cheia de filhos, netos, bisnetos, os papais e nosso Nôno querido!



Como eu sempre digo... um típico dia perfeito, em família, repleto de alegrias, como a vida deve ser!
Afinal o gostoso é viver... La Vie en Fête!

Gastronomia & Santo do Dia!

Ontem começaram as aulas na faculdade de Gastronomia! Fiquei super contente e animadíssima!
Por enquanto apenas matérias teóricas, mas na quinta-feira já começam as aulas práticas! Não vejo a hora!
Que São Lourenço (o santo padroeiro dos cozinheiros) esteja comigo! Aliás, coincidentemente hoje (10 de agosto) é o dia de sua celebração... (será que estava mais uma vez escrito nas estrelas? Serendipity!)
Então Viva São Lourenço!



"O Criador, ao obrigar o homem a comer para viver, o incita pelo apetite, e o recompensa pelo prazer."
(Brillat-Savarin)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Brigadeiros em potinhos para o chá de bebê do Felipe!



Pão, pão, pãooooooo!!!!!!!!!!

Aquele caderno de receitas de famìlia* + participação especial de quem sabe das coisas (vovô Bobby) = um dia com a mão na massa e muitas fornadas de pães quentinhos!













Delícia! Sem falar na companhia, no carinho, da presença mais do que especial, por passar o dia com o Vovô, mesmo quando você já deixou a infância pra trás há mais de 30 anos!

Tem coisa melhor que isso?!?

* Vide o post de abertura desse blog...

Blog e memórias saborosas!

Minha amiga Pê colocou no ar um blog delicioso (e saboroso) que vale a pena conferir!

Memórias Gastronômicas
http://memoriasgastronomicas.com.br/

Repleto de causos, receitas e dicas maravilhosas para quem adora se aventurar na cozinha ou mesmo só degustar as delicinhas que dela saem!

Sucesso à Pê e Leticia!

Beijocas,
Dani

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Brigadeiros La Vie en Fête!


















Palavras do querido Poetinha...

Quando eu era criança, me lembro daquele especial na televisão com as músicas do Vinicius de Moraes e do Toquinho, "A Arca de Noé", e ali aprendi que chamavam o grande poeta e escritor, carinhosamente, de Poetinha... Guardo essa lembrança e o gosto pelas lindas palavras de Vinicius "por toda minha vida", até hoje...

Esse ano tive a grata oportunidade de ir a uma festa de aniversário linda, da Leila e do Sérgio, em Salvador, comemorada naquela que um dia foi a casa de Vinicius em Itapoã...

O local hoje é um hotel, o Hotel Mar Brasil (http://www.marbrasilhotel.com.br/), e guarda algumas recordações do nobre escritor e poeta, além de preservar a banheira da suite com vista para o lindo mar de Itapuã. Como lembrança da linda festa de Leila e Sérgio, ganhamos um CD com as principais e mais belas canções do Poetinha. Muito bacana!


Aqui, transcrevo um dos meus textos prediletos do Poetinha...

Para Viver Um Grande Amor

Vinicius de Moraes

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

Do livro "Para Viver Um Grande Amor", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1984, pág. 130.


Reparou na parte...
"Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, estrogonofes - comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?"

Delicinha, não?!